Sunday, February 28, 2010

Pensamento do dia (01-03-2010)



“Sé excéntrico ahora. No esperes a ser viejo para serlo”

“Be eccentric now. Don't wait for old age to wear purple"


(Pensamientos de Regina Brett)

Solidariedade Betty/Elisabeth - Montado dos Aviceiros - Madeira

Antes de 20 de Fevereiro de 2010
Before the 20th of February 2010


Após 20 de Fevereiro de 2010
After the 20th of February 2010



Devastação fortíssima




Mais uma casa destruída e o que sobrou dum carro


A Betty no meio dos destroços

Queridas/os amigas/
Tem sido com muita emoção e sentimentos de gratidão e de muita amizade com que temos recebido os vossos contactos com palavras amigas e de Solidariedade.
Estamos a fazer um primeiro levantamento do que foi perdido na tempestade e podemos dizer, desde já, quefoi destruído: duas casas, uma carrinha Toyota, um tanque de água para rega de 45 mil litros, um pomar, todos os utensílios para a agro-pecuária e apicultura e o acesso (2 km de uma estrada florestal, dos Serviços Florestais) ficaram intransitáveis.
Se leres abaixo o sombreado a azul, podes ver a acção de Solidariedade que o meu primo Rui Vaz desencadeou junto dos amigos comuns.
Por pouco que cada um possa/queira ofertar, a vontade de muitos, certamente, ajudar-nos-á! É com bastante dificuldade que faço este pedido....mas.....talvez esteja a aprender a "pedir" quando me surjem situações em que sozinha não consigo, de modo algum, avançar!
Talvez esteja a prender a humildade...quem sabe?
Beijos com muito carinho e gratidão
Elisabeth/Betty

From: Rui T. Vaz Sent: Sunday, February 28, 2010 12:04 PM
Subject: SOLIDARIEDADE
Amigos (as) e companheiros (as),
Desta vez a má sorte, enorme, bateu à porta duma prima minha, a tão estimada Betty (Elisabeth Sousa).
A terrível e triste calamidade que atingiu a Madeira, trouxe a destruição consigo e arruinou, é o termo, aquilo que era uma nova e promissora forma de vida (ver em www.aviceiros.com).
As fotos anexas e a mensagem da Betty, abaixo, são deveras esclarecedoras!
Nesta hora tão difícil, não consigo deixar de Vos fazer um apelo, para que tenham um gesto de solidariedade, contribuindo com a verba que Vos for possível, para que a Betty possa iniciar o quanto antes, mesmo que modestamente, a reconstrução do seu meio de subsistência.
Creiam-me muito grato pela Vossa generosidade.
Vosso amigo,
RUCA VAZ
novo tel. da Betty (Elisabeth) - tmn: 968 331 367
referência banco para acção de Solidariedade:
BARCLAYS
Elisabeth Maria de Carvalho e Sousa
SWIFT: BARCPTPL
IBAN: PT50 0032 0114 00200511878 54
Mensagem da Betty, que bem traduz a terrível catástrofe que os atingiu:
From: Elisabeth Sousa Sent: Monday, February 22, 2010 6:16 PM
Subject: Olá Notícias minhas!
Querido/a Amiga/o
Desejo que estejas bem,
Manda-me, por favor, o teu número de telemóvel e fixo, se tiveres, para poder refazer a minha lista de contactos dos amigos, pois,como sabes estou a viver na Madeira e....infelizmente, passámos um bocado muito difícil, o meu companheiro Duarte e eu, pois, estávamos na serra, nos Avicerios, no dia 20 de Fevereiro.
Houve um deslizamento de terras acima das casas, do nosso "sítio". Uma, ( a nossa ) casa, desapareceu, as arrecadações tb com todo o material agrícola, de construção, de apicultura e alimentação dos animais e a carrinha ficou de pneus para o ar, em cima do telhado de outra casa, em baixo.
Tudo é um mar de lama e pedras.
Nós por um milagre estávamos numa terceira casa a fechar as janelas e portas quando tudo aconteceu.
Escapámos!!
Estamos vivos!Se tivesse ocorrido dois minutos depois, estaríamos, a esta hora, debaixo de terra e escombros a 1200 metros de altura.
De imediato demos Graças por estarmos vivos e sem uma beliscadura!Viemos a pé, com a nossa cadela, debaixo de muita chuva, desabamentos de terras e pedras até ao posto florestal e depois para o Funchal. Percorremos assim 12 km!
Estamos bem, sem qq ferida e a contar as graças.
A vida é o mais importante!!!!!!!!
Perdemos tudo, incluindo os telemóveis e meus documentos pessoais, e agora se quiserem contactar tem de ser pelo fixo de cá de casa do Caniço de Baixo. 291612125.
Estou a tentar repor os números antigos Vodafone e TMN-
A Vida continua....e, como tudo aconteceu sem que fosse de nossa vontade, também surgirá a solução para tudo isto!
Um abraço e mil beijos
Betty/Elisabeth

Pensamento do dia (28-02-2010)


"Cuando se trata de perseguir aquello que amas en la vida, no aceptes un "no" por respuesta."
“When it comes to going after what you love in life, don't take "no" for an answer”
(Pensamientos de Regina Brett)

Madeira no dia seguinte (21-02-2010)


























Pensamento do dia (27-02-2010)


A Mãe Terra está no limite...acredito que ainda estamos a tempo!
A tempo de escolher mudar a nossa energia, alinhar-nos com a Fonte e contribuir para o reequilíbrio do nosso Planeta.

Ajudar os Portugueses da Região Autónoma da Madeira


Para quem está no continente a melhor forma de ajudar talvez seja com contribuições monetárias, quer para as instituições que se encontram na Madeira a ajudar, quer para as instituições bancárias que disponibilizaram contas para recolha de fundos.

Outras formas de contribuir podem ser:


  • Media Capital: ligando para o 760 100 999. A chamada custa 60 cêntimos + IVA. Cada chamada é um contributo de 50 cêntimos (a diferença é para os custos das operadoras).

  • Portugal Telecom e TMN: SMS para o 61906 ou liguando para o 760 206 070 e ajude a Madeira. (SMS e chamada 0,60€ + IVA e o custo reverte para a Cáritas Diocesana do Funchal)

  • Não se esqueçam de continuar a divulgar a causa pelos amigos, redes sociais e blogs.
    As formas de ajudar são muitas e a ajuda e solidariedade de todos é essencial nesta altura para os portugueses que vivem e sofrem na Madeira.

CTT - Recolha de bens para a Madeira


Campanha de recolha de bens essenciais para a Madeira

A partir do dia 23/ Fevereiro, os CTT vão lançar uma campanha nacional de recolha de bens essenciais para envio para a Madeira, no âmbito do seu Programa de Luta contra a Pobreza e a Exclusão Social, com aceitação em todas as 900 Estações de Correio do País. Basta a qualquer pessoa dirigir-se a uma Estação de Correios, pedir a caixa solidária grátis, enchê-la com os bens e marcar como destinatário a palavra MADEIRA. Não é preciso selo nem mais morada e o envio é grátis. Os CTT tratam de entregar os bens.
A Instituição destinatária será a Caritas da Madeira que já informou que estavam a precisar principalmente dos seguintes produtos/bens:

- Lençóis
- Cobertores
- Mantas
- Almofadas
- Roupa interior (H/ S e criança)
- Roupa em geral
- Produtos de higiene
- Fraldas
- Leite em pó
- Comida para bebé
- Enlatados

Thursday, February 25, 2010

Pensamento do dia (26-02-2010)


"Nunca es demasiado tarde para tener una niñez feliz.Pero la segunda sólo depende de ti. "
“It's never too late to have a happy childhood. But the second one is up to you and no one else”
(Pensamientos de Regina Brett)

"Eu tive um sonho"


Artigo publicado no dia 13 de Janeiro de 1985 no jornal “Diário de Notícias” do Funchal


"Eu tive um sonho "

Cecílio Gomes da Silva*
Traumatizado pelo estado de desertificação das serras do interior da Ilha da Madeira, muito especialmente da região a Norte do Funchal e que constitui as bacias hidrográficas das três ribeiras que confluem para o Funchal, dando-lhe aquela fisiografia de perfeito anfiteatro, aliado a recordações da infância passada junto à margem de uma das mais torrenciais dessas ribeiras – a de Santa Luzia – o mundo dos meus sonhos é frequentemente tomado por pesadelos sempre ligados às enxurradas invernais e infernais dessa ribeira.
Tive um sonho.
Adormecendo ao som do vento e da chuva fustigando o arvoredo do exemplar Bairro dos Olivais Sul onde resido, subia a escadaria do Pico das Pedras, sobranceiro ao Funchal. Nuvens negras apareceram a Sudoeste da cidade, fazendo desaparecer o largo e profundo horizonte, ligando o mar ao céu. Acompanhavam-me dois dos meus irmãos – memórias do tempo da Juventude – em que nós, depois do almoço, íamos a pé, subindo a Ribeira de Santa Luzia e trepando até à Alegria por alturas da Fundoa, até ao Pico das Pedras, Esteias e Pico Escalvado.
Mas no sonho, a meio da escadaria de lascas de pedra, o vento fez-nos parar, obrigando-nos a agarrarmo-nos a uns pinheiros que ladeavam a pequena levada que corria ao lado da escadaria. Lembro-me que corria água em supetões, devido ao grande declive, como nesses velhos tempos. De repente, tudo escureceu. Cordas de água desabaram sobre toda a paisagem que desaparecia rapidamente à nossa volta. O tempo passava e um ruído ensurdecedor, semelhante a uma trovoada, enchia todo o espaço.
Quanto durou, é difícil calcular em sonhos. Repentinamente, como começou, tudo parou; as nuvens dissiparam-se, o vento amainou e a luz voltou. Só o ruído continuava cada vez mais cavo e assustador. Olhei para o Sul e qualquer coisa de terrível, dantesco e caótico se me deparou. A Ribeira de Santa Luzia, a Ribeira de S. João e a Ribeira de João Gomes eram três grandes rios, monstruosamente caudalosos e arrasadores. De onde me encontrava via-os transformarem-se numa só torrente de lama, pedras e detritos de toda a ordem.
A Ribeira de Santa Luzia, bloqueada por alturas da Ponte Nova – um elevado monturo de pedras, plantas, arames e toda a ordem de entulho fez de tampão ao reduzido canal formado pelas muralhas da Rua 31 de Janeiro e da Rua 5 de Outubro – galgou para um e outro lado em ondas alterosas vermelho acastanhadas, arrasando todos os quarteirões entre a Rua dos Ferreiros na margem direita e a Rua das Hortas na margem esquerda.
As águas efervescentes, engrossando cada vez mais em montanhas de vagas espessas, tudo cobriram até à Sé – único edifício de pé. Toda a velha baixa tinha desaparecido debaixo de um fervedouro de água e lama.
A Ribeira de João Gomes quase não saiu do seu leito até alturas do Campo da Barca; aí, porém, chocando com as águas vindas da Ribeira de Santa Luzia, soltou pela margem esquerda formando um vasto leito que ia desaguar no Campo Almirante Reis junto ao Forte de S. Tiago. A Ribeira de S. João, interrompida por alturas da Cabouqueira fez da Rua da Carreira o seu novo leito que, transbordando, tudo arrasou até à Avenida Arriaga. Um tumultuoso lençol espumante de lama ia dos pés do Infante D. Henrique à muralha do Forte de S. Tiago. O mar em fúria disputava a terra com as ribeiras. Recordo-me de ver três ilhas no meio daquele turbilhão imenso: o Palácio de S. Lourenço, A torre da Sé e a fortaleza de S. Tiago. Tudo o mais tinha desaparecido – só água lamacenta em turbilhões devastadores.
Acordei encharcado. Não era água, mas suor. Não consegui voltar a adormecer. Acordado o resto da noite por tremenda insónia, resolvi arborizar toda a serra que forma as bacias dessas ribeiras. Continuei a sonhar, desta vez acordado. Quase materializei a imaginação; via-me por aquelas chapas nuas e erosionadas, com batalhões de homens, mulheres e máquinas, semeando urze e louro, plantando castanheiros, nogueiras, pau-branco e vinháticos; corrigindo as barrocas com pequenas barragens de correcção torrencial, canalizando talvegues, desobstruindo canais. E vi a serra verdejante; a água cristalina deslizar lentamente pelos relvados, saltitando pelos córregos enchendo levadas. Voltei a ouvir os cantares dolentes dos regantes pelos socalcos ubérrimos das vertentes. Foram dois sonhos. Nenhum deles era real; felizmente para o primeiro; infelizmente para o segundo.
Oxalá que nunca se diga que sou profeta. Mas as condições para a concretização do pesadelo existem em grau mais do que suficiente.
Os grandes aluviões são cíclicos na Madeira. Basta lembrar o da Ribeira da Madalena e mais recentemente o da Ribeira de Machico. Aqui, porém, já não é uma ribeira, mas três, qualquer delas com bacias hidrográficas mais amplas e totalmente desarborizadas. Os canais de dejecção praticamente não existem nestas ribeiras e os cones de dejecção etão a níveis mais elevados do que a baixa da cidade. As margens estão obstruídas por vegetação e nalguns troços estão cobertas por arames e trepadeiras. Agradável à vista mas preocupante se as águas as atingirem. Estão criadas todas as condições, a montante e a jusante para uma tragédia de dimensões imprevisíveis (só em sonhos).
Não sei como me classificaria Freud se ouvisse este sonho. Apenas posso afirmar sem necessidade de demonstrações matemáticas que 1 mais 1 são 2, com ou sem computador. O que me deprime, porém, é pensar que o segundo sonho é menos provável de acontecer do que o primeiro.Dei o alarme – pensem nele
Lisboa, 11 de Dezembro de 1984
*Engenheiro Silvicultor

Wednesday, February 24, 2010

Pensamento do dia (25-02-2010)


"Elimina todo lo que no sea útil, hermoso o alegre."
“Get rid of anything that isn't useful, beautiful or joyful”
(Pensamientos de Regina Brett)

Cume



CIMA

La hora de la tarde, la que pone
su sangre en las montañas.

Alguien en esta hora está sufriendo;
una pierde, angustiada,
en este atardecer el solo pecho
contra el cual estrechaba.

Hay algún corazón en donde moja
la tarde aquella cima ensangrentada.

El valle ya está en sombra
y se llena de calma.
Pero mira de lo hondo que se enciende
de rojez la montaña.

Yo me pongo a cantar siempre a esta hora
mi invariable canción atribulada.

¿Será yo la que baño
la cumbre de escarlata?

Llevo a mi corazón la mano, y siento
que mi costado mana.
CUME

Tradução de Ruth Sylvia de Miranda Salles


É a hora da tarde, essa que põe
o seu sangue nas montanhas.

E nesta hora alguém está sofrendo;
uma perda, angustiada,
bem neste entardecer o único peito
contra o qual se estreitava.

Há algum coração em que o poente
Mergulha aquele cume ensanguentado.

O vale já sombreia
e se enche de calma.
Mas, lá do fundo, vê que se incendeia
de rubor a montanha.

A esta hora ponho-me a cantar
minha eterna canção atribulada.

Sou eu que estou batendo
o cume de escarlate?

Ponho em meu coração a mão e sinto-o
a verter quando bate.
Gabriela Mistral

Pensamento do dia (24-02-2010)


Si una relación tiene que ser secreta, mejor no tenerla.
“If a relationship has to be a secret, you shouldn't be in it”
(Pensamientos de Regina Brett)