Sunday, December 7, 2008

Acção Popular de Natal “ Estende a Tua Mão”




Meus queridos Amigos,


O frio já se faz sentir em todo o país e todas os dias, em especial à noite, penso em todas as pessoas que dormem nas ruas. Naquelas que têm como camas caixas de cartão ou bancos de jardim e que quando o frio se faz sentir mais, são autorizadas a pernoitar nas estações subterrâneas do Metro.

Isto em Lisboa. É aqui que eu tenho presenciado estes cenários.

E de manhã quando os trabalhadores de Lisboa, começam a chegar das zonas residenciais, os Sem Abrigo, a são "varridos", das Arcadas dos Edifícios . Pegam nos seus sacos de plástico onde guardam os seus únicos pertences e vão tentar a sorte noutro lugar.

Muitos deles são pessoas já de idade avançada e não são saudáveis.

Quem são estas pessoas?

http://dn.sapo.pt/2005/10/30/sociedade/reportagem_noite_os_semabrigo.html

http://diario.iol.pt/sociedade/frio-lisboa-sem-abrigo-pobreza-desalojados-portugal-diario/1017934-4071.html

http://www.ami.org.pt/default.asp?id=p1p211p215p340p281&l=1


São os excluídos, os marginalizados pela nossa sociedade.

São portugueses que por inúmeras razões têm problemas de socialização, que perderam a capacidade de cuidar de si próprios, Muitos são alcoólicos ou tóxico-dependentes, doentes mentais, ou com desequilíbrios psicológicos graves.

Existem os delinquentes, que não conseguem mudar de vida. E outros.

E temos ainda os estrangeiros, que vieram ilegalmente para o país tentar uma vida melhor, mas que encontram inúmeros obstáculos e acabam sem saída. Alguns sem dinheiro para pagar o bilhete de viagem de regresso ao seu país.

Felizmente, existem organizações empenhadas e voluntários que de forma nobre e altruísta dedicam parte do seu tempo a estas pessoas.

Mas, infelizmente o que está a ser feito, não é suficiente.

Este é um cenário que se perpetua no tempo.

Existe uma grande faixa da população que vive abaixo do limiar da pobreza.

Não são toupeiras que vivem debaixo da terra. Eles estão à vista de quem os quer ver. Nem é necessário visitar os bairros de lata que existem a paredes meias com algumas zonas de Lisboa.

Em Lisboa eles circulam pela cidade e são visíveis, na Baixa junto aos ministérios e aos locais frequentados pelos nossos governantes e pela alta finança.

Mas, em Portugal, ao contrário do que se passa em França os nossos governantes preocupam-se em usar o dinheiro dos contribuintes para salvar bancos falidos por má gestão, cuja responsabilidade nunca será apurada.

Para combater a pobreza não existe dinheiro. Esta é sempre uma questão adiada.

E o tempo passa. Chegou o frio e há pessoas na rua.

E muitas outras que vivem em barracos onde chove.

Como é possível viver com alegria o Natal, se há pessoas que não têm o que comer nem onde dormir?

Existe um conceito restrito de família, baseado nos laços de sangue ou parentesco.

Mas existe para mim, e felizmente para muitos outros, um conceito mais abrangente.

Existe uma Família, universal, global.

"Os Filhos dos homens são um só, e eu sou uno com todos eles".

É certo que muitas pessoas são responsáveis pela vida que levam. Todos nós construímos o nosso presente.

Mas isso não nos exclui. Cada um de nós compõe a sociedade. Cada um individualmente é co-responsável por muitas coisas que se passam à sua volta.

Quando não agimos, quando baixamos os braços e permitimos que os governantes actuem sem serem responsabilizados pelos erros que cometem.

Atenção, que nada é garantido. A vida é constante mutação. Qualquer um de nós pode vir a passar por grandes necessidades. Basta haver um tremor de terra e o nosso mundozinho, pode ruir.

Quem sabe um dia seremos nós a pedir auxílio?

Será que se passa mais um natal e a questão dos sem abrigo, se repete no próximo ano?

Ou será que este mês algo muda?

Será que este ano estendemos a mão ao mais necessitado?



Deixo este apelo:

Se todas as famílias, que ainda estão em condições de auxiliar, prescindirem da companhia de um membro da sua família, para vir apoiar esta causa, na noite de Natal, não havia pessoas a dormir na rua, nem com fome.

Já existem instituições a trabalhar nesse sentido, era possível unir esforços e ampliar em escala o número de voluntários.

Se as instituições particulares de solidariedade social, trabalhassem em equipa, seria possível retirar das ruas toda a população Sem Abrigo, na noite de 24 de Dezembro.

Faço também apelo, aos que podem dar apoio médico a essa população na noite de 24, pois há pessoas doentes que necessitam de cuidados especiais.

Podem dizer que é utópico.

Não, se existir uma vontade e uma motivação de coração aberto.

Pode ser simbólico, por ser uma noite. Mas, essas pessoas iriam sentir-se acarinhadas uma vez.

E tenho fé, que seria possível encontrar uma solução provisória para manter essas pessoas debaixo de um tecto, enquanto não fossem encontradas soluções adequadas.

Este espírito de iniciativa, iria dar à nossa sociedade maior confiança no futuro. Iríamos mostrar à classe governativa que não estamos adormecidos e que vamos exigir dela uma tomada de posição rápida para resolver questões urgentes.

Está nas nossas mãos mudar o presente e construir um futuro melhor.

Não podemos acabar com fome e os sem abrigo no mundo, mas podemos fazê-lo em Portugal.

É possível agir em todo o país, na nossa cidade ou localidade e não somente na capital.

Há pessoas que estão ao alcance da nossa mão.

Não continuemos a virar a cara aos que nos estendem a sua em pedido de ajuda.



Estou a contactar instituições para que haja um esforço de união e de acção concertada.

Esta é a Acção Popular de Natal " Estende a Tua Mão".

Agradeço que façam chegar esta mensagem a instituições ou pessoas individuais de boa vontade, que estejam em posição de apoiar esta causa.

Todo o apoio é bem vindo, seja ele logístico, colchões de ginástica, alimentos, mantas, roupas, medicamentos, etc.

Cada um pode marcar a diferença.



"Uma paz duradoura não poderá ser alcançada até que grandes faixas da população encontrem maneiras de erradicar a pobreza. O desenvolvimento a partir das bases também serve para fazer avançar a democracia e os direitos humanos."
Muhammad Yunus, Nobel da Paz



"Pense globalmente, actue localmente"
"Sê a mudança que queres ver no mundo"
Mahatma ghandi



" Sei que o meu trabalho é uma gota no oceano.
Mas sem ele o oceano seria menor…"
Madre Teresa de Calcutá



Conto contigo. Junta-te a nós.

Eu estou ao alcance da Tua Mão.

Como te posso ajudar?


Com carinho e gratidão
Ana Lúcia

analuciapatricio@gmail.com

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