Wednesday, February 4, 2009

Flocos de carinho


Havia uma pequena aldeia onde o dinheiro não entrava.
Tudo o que as pessoas compravam, tudo o que era cultivado e
produzido por cada um, era trocado.
A coisa mais importante, a coisa mais era o amor.
Quem nada produzia, quem não possuía coisas que pudessem ser trocadas por alimentos, ou utensílios, dava seu
CARINHO. O CARINHO era simbolizado por um floquinho
de algodão. Muitas vezes, era normal que as pessoas
trocassem floquinhos sem querer nada em troca.
As pessoas davam seu CARINHO pois sabiam que receberiam
outros num outro momento ou outro dia.

Um dia, uma mulher muito má, que vivia fora da aldeia,
convenceu um pequeno garoto a não dar mais os seus floquinhos.
Desta forma, ele seria a pessoa mais rica da cidade e teria
o que quisesse. Iludido pelas palavras da malvada, o menino,
que era uma das pessoas mais populares e queridas da
aldeia, passou a juntar CARINHOS e em pouquíssimo tempo
sua casa estava repleta de floquinhos, ficando até difícil
de circular dentro dela. Daí então, quando a cidade já estava
praticamente sem floquinhos, as pessoas começaram a guardar o pouco CARINHO que tinham e toda a HARMONIA da cidade desapareceu. Surgiram a GANÂNCIA, a DESCONFIANÇA, o primeiro ROUBO, ÓDIO, a DISCÓRDIA, as pessoas se MALTRATARAM pela primeira vez e passaram A IGNORAR-SE pelas ruas. Como era o mais querido
da cidade, o garoto foi o primeiro a sentir-se TRISTE e SOZINHO, o que o fez procurar a velha para perguntar-lhe e dizer-lhe se aquilo fazia parte da riqueza que ele acumularia.
Não a encontrando mais, ele tomou uma decisão. Pegou uma grande carroça, colocou todos os seus floquinhos em cima e caminhou por toda a cidade distribuindo aleatoriamente seu CARINHO.
A todos a quem dava CARINHO, apenas dizia: Obrigado por receber meu carinho. Assim, sem medo de acabar com seus floquinhos, ele distribuiu até o último CARINHO sem receber um só de volta.
Sem que tivesse tempo de sentir-se sozinho e triste novamente, alguém caminhou até ele e lhe deu CARINHO.
Um outro fez o mesmo...Mais outro... e outro... até que definitivamente a aldeia voltou ao normal.

Receber CARINHO é muito bom e dar carinho também sabe muito bem.
Estes são os meus floquinhos para si!!!

(Enviado por Andreia Ferreira)

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