Actor e humorista português faleceu este sábado (8 de agosto) aos 79 anos de idade.
O actor estava internado no hospital Santa Maria e, esta manhã, pelas 10h50m, foi confirmado o óbito.
Segundo informou o hospital, Solnado sucumbiu na sequência da evolução de um quadro clínico cardio-vascular grave, depois de ter sido operado à carótida, há três dias.
«Para mim tudo é risível mas imponho-me limites. Despejo a minha fúria sobre o pensamento monolítico, critico o que os políticos dizem e fazem, ridicularizo os tiques da sociedade, contexto as injustiças. Só poupo a democracia, é proibido atentar contra o regime democrático. Contra o Presidente da República, também não. Mal vão as coisas quando ele é criticável» - referia Raul Solnado na entrevista à SPA há cerca de cinco anos .
Raul Solnado nasceu em Lisboa a 19 de Outubro de 1929 e toda a vida procurou um único objectivo. Há cerca de uma década, numa entrevista à revista «Focus», foi isto que ele respondeu quando lhe perguntaram: «Felicidade». Com um espírito humanista, dedicou os últimos anos da sua vida à Casa do Artista - um projecto social que fundou ao lado do também já falecido Armando Cortez - que ajuda os actores e profissionais do mundo do espectáculo na reforma.
Solnado começou a trabalhar aos 18 anos no teatro amador, na Guilherme Cossul. Em 1952 teve a sua estreia profissional no Máxime, e nunca mais parou. Fez televisão (o motor para a popularidade), teatro, cinema e pôs assim milhões de portugueses a rir. O seu nome passou a ser sinónimo de humor em Portugal, sendo uma referência para os novos comediantes que surgiram depois dele.
«A Guerra de 1908», em 1961, foi a alavanca para a popularidade, com os seus monólogos que vinham ao encontro dos tempos de guerra que Portugal viria a conhecer e da ditadura que se vivia.
Em 1969, com Carlos Cruz e Fialho Gouveia surge o programa da RTP Zip-Zip - ainda hoje um dos programas mais lembrados da emissora nacional.
Na televisão, o concurso «A Visita da Cornélia» é ainda uma referência obrigatória apesar de ter sido feito nos idos anos 60. Na televisão teve participações em todos os canais e esteve, por exemplo, ao lado de Eunice Muñoz, na telenovela «A Banqueira do Povo».
A carreira de Raul Solnado foi riquíssima. No cinema, entrou em «A Balada da Praia dos Cães», de Fonseca e Costa, baseado no livro de José Cardoso Pires, nos idos anos 80. Mas as solicitações para a sétima arte aconteceram até aos dias de hoje. Solnado participou, por exemplo, em «Call Girl», de António-Pedro Vasconcelos, em 2007.
No teatro, foram incontáveis as suas participações. Entre 1964 4 70 criou e esteve à frente do Teatro Villaret. Dele se conhecem inúmeras revistas no Parque Mayer também.
Em 2001, uma das suas últimas aparições foi a interpretar um dos principais papéis na peça de Freitas do Amaral «O Magnífico Reitor».
Na internet, a sua morte está a ser hoje lembrada em redes sociais como o Twitter ou o Facebook, onde são imensas as referências ao seu humor.
Na televisão, no cinema e no teatro, agora é a actriz Joana Solnado quem perpetuará o seu apelido nas artes.
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